Méliuz segue tendência e investe mais R$ 158 milhões em Bitcoin

Bitcoin vira foco principal da Méliuz, diz CEO após nova compra

Na última segunda-feira (23), a Méliuz anunciou um novo investimento significativo em Bitcoin, adquirindo cerca de US$ 28,61 milhões (aproximadamente R$ 158 milhões) da criptomoeda. Com isso, a empresa passa a deter 595,67 Bitcoins — equivalente a mais de R$ 336 milhões, considerando os valores de mercado atuais.

Com a operação, a Méliuz se consolida como a empresa de capital aberto com a maior quantidade de Bitcoin em tesouraria na América Latina, ultrapassando o Mercado Livre.

A decisão segue o novo direcionamento estratégico da companhia, que passou a se posicionar oficialmente como uma Bitcoin Treasury Company, modelo no qual o principal objetivo é acumular Bitcoin como ativo de reserva. Essa mudança foi aprovada pelos acionistas em assembleia realizada em 15 de maio.

Os recursos para a recente compra vieram da oferta subsequente de ações (follow-on) realizada na semana anterior, que resultou na captação de R$ 180 milhões. Após os custos operacionais, cerca de R$ 150 milhões foram alocados integralmente na aquisição de Bitcoin, alinhando-se à nova missão corporativa.

“O foco principal da empresa agora é acumular Bitcoin. Essa foi uma decisão estratégica tomada com o apoio dos nossos acionistas”, destacou Israel Salmen, fundador e atual presidente do conselho da empresa.

Além dos recursos obtidos com a emissão de ações, a Méliuz também pretende usar o caixa proveniente de suas operações, como o negócio de cashback, para continuar expandindo sua exposição ao Bitcoin.

A nova abordagem aproxima a Méliuz de estratégias adotadas por empresas como a MicroStrategy, nos EUA, e a Metaplanet, no Japão — ambas conhecidas por utilizar o mercado de capitais para reforçar suas posições em criptomoedas.

Esse reposicionamento ocorre após um período desafiador para a empresa na bolsa. Desde o auge de suas ações em 2021, os papéis da Méliuz acumulavam forte desvalorização. O movimento para se tornar uma empresa com foco em Bitcoin reacendeu o interesse do mercado: desde abril, quando anunciou a mudança, as ações já valorizaram 115%, com o volume de negociações crescendo 24 vezes.

Salmen também revelou que, apesar de a empresa ainda não integrar o índice Ibovespa, o volume atual de negociação é compatível com o de empresas que fazem parte do principal índice da B3. Segundo ele, se esse ritmo continuar, a entrada no índice poderá acontecer nas próximas atualizações.

Além da oferta de ações, a companhia aprovou um aumento de capital que possibilita novas emissões no futuro sem a necessidade de convocar nova assembleia, o que garante flexibilidade para continuar com sua estratégia de expansão em Bitcoin.

O plano da empresa é claro: ao utilizar o valor de mercado elevado para emitir novas ações, a Méliuz busca captar recursos que permitam a compra de uma quantidade ainda maior de Bitcoin, aumentando o valor do ativo por ação — uma métrica que se tornou central para o novo modelo de negócio da companhia.

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